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João Azevedo volta atrás novamente e não confirma acordo com Aguinaldo Ribeiro

Por Brejo News em 07/07/2022 às 11:22:18

A Paraíba já está acostumada com o governador que tem. Um governador que, seis meses depois de assumir o maior e mais importante posto político do estado, traiu quem o elegeu, para se juntar com quem tentou derrotá-lo; rodeado de bolsonaristas, criticou Lula, para depois decidir apoiá-lo.

Agora, diante da decisão do Republicanos de indicar o candidato a vice-governador, João Azevedo nega que tenha feito qualquer acordo com o deputado federal Aguinaldo Ribeiro para o Progressistas indicar o candidato a vice em sua chapa. Lembremos que Aguinaldo Ribeiro deu diversas entrevistas ratificando o acordo com o governador para a mesma vaga que agora é reinvindicada formalmente pelo Republicanos.

Em entrevista concedida hoje à rádio CBN, a jornalista Angélica Nunes fez a seguinte pergunta a João Azevedo:

"Naquela coletiva de Aguinaldo Ribeiro o senhor foi enfático em dizer que havia ali um compromisso de que o Progressistas iria indicar a vaga de vice. O Republicanos ainda tem essa esperança, indicou alguns nomes para esse espaço. Ainda tem a oportunidade de mudança desse acordo com o Progressistas? O Republicanos ainda poderia indicar o vice?"

Notem que a jornalista lembra ao governador que foi feito um acordo com João Azevedo, acordo confirmado na última sexta-feira pelo presidente do PSB, Gervasio Maia, que participou da reunião com o Pregressistas na Granja Santana, antes da entrevista coletiva em que Aguinaldo Ribeiro anunciou sua desistência e, na frente do governador, anunciou o acordo para indicar o candidato a vice. Mesmo assim, o governador não foi capaz de confirmar o acerto com Aguinaldo Ribeiro, que permanece observando calado o desenrolar dessa novela sem fim:

"Veja bem, essa discussão sobre a chapa está acontecendo internamente e nós estamos buscando de uma maneira muito tranquila apresentar o mais breve possível nossa chapa à sociedade. As pessoas limitam muito essa discussão ao sim ou não (…) Nós estamos discutindo as diversas alternativas para que a gente possa encontrar o melhor caminho para que aliados estejam contemplados, aliados estejam unidos em busca de um projeto de reeleição."

Os aliados têm razão e se exasperar com os vai-e-vens de João Azevedo, com a dificuldade que o governador demonstra ter para manter a palavra, com a incapacidade de administrar crises e de enfrentar pressões. Se há um fato inquestionável, demonstrado de maneira cabal nos últimos meses, é que a crise na base do governador foi criada pelo próprio João Azevedo, pela fraqueza com que conduz a administração estadual e as negociações políticas.

Não sei a quantas anda a paciência de Aguinaldo Ribeiro e de seu grupo com os titubeios do governador. A do Republicanos está no limite, como ficou demonstrado no último fim de semana. Como serão administrados esses conflitos entre dois grandes partidos durante a campanha? Como será possível conviver com essa fratura exposta entre os dois maiores partidos da base política de João Azevedo?

Qual será o comportamento do Republicanos na campanha, quando terá de, inevitavelmente, pedir votos para Lucas Ribeiro, o provável nome indicado pelo Progressistas para a chapa de João Azevedo? E o apoio já declarado pelo Republicanos a Efraim Filho, confirmado no último fim de semana, o candidato a Senador na chapa do oposicionista Pedro Cunha Lima? Como explicar ao eleitor esse festival de incongruências? No caso de uma improvável vitória de João Azevedo, essas disputas tenderão se acirrar no futuro governo?

Muitas respostas e só uma certeza: nenhum acordo será capaz de acomodar os objetivos antagônicos de Progressistas e Republicanos, nem agora na montagem da chapa, nem durante a campanha, nem no futuro governo.

Talvez seja o caso de lembrar o adágio transformado em lei (a "lei de Murphy) segundo o qual o que começou errado não pode dar certo no final.

Fonte: blogleiaflaviolucio

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