Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Análise

Sem a mínima autoridade moral, Lula sai em defesa de Zelensky

Ele, Trump e Putin são uma espécie de almas gêmeas. Pegar carona na indignação mundial pelo ocorrido na Casa Branca é mero oportunismo político


Quase sempre apoiador de ditadores e ditaduras amigas mundo afora, inclusive a própria Rússia, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou no sábado, 1, que Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, país invadido pelo carrasco Vladimir Putin, foi humilhado pelos líderes americanos – o presidente Donald Trump e seu vice, J.D. Vence:

"Eu sinceramente não sou diplomata. Mas acho que a diplomacia, desde que o planeta Terra foi criado, desde que a diplomacia foi criada, não se via uma cena tão grotesca, tão desrespeitosa como aquela que aconteceu no Salão Oval da Casa Branca". Lula concedeu entrevista no Uruguai, para onde viajou a fim de acompanhar a cerimônia de posse do novo presidente eleito, Yamandú Orsi.

O chefão petista, porém, não tem a menor autoridade moral para sair em defesa do presidente ucraniano. Por quê? Bem, em janeiro de 2023, ao lado do então chanceler alemão Olaf Scholz, despudoramente afirmou:

Fala, Lula

"Hoje, eu tenho mais clareza da razão da guerra e eu acho que a Rússia cometeu um erro clássico de invadir o território de outro país, portanto a Rússia está errada. Mas eu continuo achando que quando um não quer, dois não brigam."

Um ano antes, em maio de 2022, à revista Time, o pai do Ronaldinho dos Negócios disse que o presidente da Ucrânia – acreditem! – era tão responsável pela guerra quanto o russo, Vladimir Putin:

"Você fica estimulando o cara [Zelensky] e ele fica se achando o máximo. Ele fica se achando o rei da cocada, quando na verdade deveriam ter tido conversa mais séria com ele: "Ô, cara, você é um bom artista, você é um bom comediante, mas não vamos fazer uma guerra para você aparecer". E dizer para o Putin: "Ô, Putin, você tem muita arma, mas não precisa utilizar armas contra a Ucrânia. Vamos conversar!". Era isso."

Calma, que piora

Não satisfeito, Lula continuou o ataque à vítima: "Se não quisesse a guerra, ele [Zelensky] teria negociado um pouco mais". Sim. E não acabou: "Ele [Zelensky] aparece na televisão de manhã, de tarde, de noite, aparece no parlamento inglês, no parlamento alemão, no parlamento francês como se estivesse fazendo uma campanha. Era preciso que ele estivesse mais preocupado com a mesa de negociação."

Eis aquele que, hoje, afeta preocupação com o agredido. Já sobre Putin, em 2023, durante a cúpula do G-20 na Índia, afirmou: "O que eu posso dizer é que, se eu for presidente do Brasil e se ele for para o Brasil, não há porque ele ser preso. Antes do G-20 no Brasil, teremos o Brics na Rússia, e eu vou no Brics na Rússia no próximo ano. Todo mundo vai para a reunião do Brics, e espero que também venham para o G-20 no Brasil. Eu acredito que o Putin pode facilmente ir para o Brasil (…). Ninguém vai desrespeitar o Brasil, porque tentar prender ele no Brasil é desrespeitar o Brasil. É preciso as pessoas levarem muito a sério isso."

Vladimir Putin foi acusado e condenado por inúmeros crimes de guerra no Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, na Holanda. O Brasil promulgou, em 2022, sua adesão ao Estatuto de Roma, passando a fazer parte da corte. Aliás, petistas vivem citando o TPI contra Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. E Donald Trump, recentemente, autorizou sanções econômicas – inclusive congelamento de ativos – e de viagens (entrada nos EUA) contra pessoas que trabalham em investigações sobre cidadãos norte-americanos.

Duplo padrão moral

Lula, até hoje, continua fazendo vistas grossas para as atrocidades cometidas em solos de países aliados, como Venezuela e Irã. Nunca é tarde lembrar, por exemplo, que enviou representantes diplomáticos para as posses dos presidentes eleitos nestas "protoditaduras". O mesmo Lula, inclusive, recusa-se a chamar os assassinos do Hamas e do Hezbollah de terroristas.

Portanto, vir agora pegar carona na indignação mundial pelo ocorrido na Casa Branca é mero oportunismo político. Lula não está nem aí para a Ucrânia e Zelensky, nem consternado pelo tratamento cruel oferecido pelos americanos ao ucraniano.

A sedizente "alma mais honesta desse país" não possui autoridade moral, repito, para sair em defesa de Zelensky. Nem muito menos para acusar ninguém de covardia. Ele, Trump e Putin são uma espécie de almas gêmeas. São como lobos (autocratas) em pele de cordeiros.


oantagonista

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!