A mudança de legenda acontece em meio a uma crise interna no PSDB, que envolve perda de protagonismo, disputas regionais e uma fusão com o Podemos. O relacionamento de Leite com o PSDB vinha se deteriorando desde as eleições de 2022, quando tentou viabilizar sua candidatura à Presidência, mas acabou preterido em uma disputa interna com João Doria.
Com o impasse, recuou e optou por tentar a reeleição no Rio Grande do Sul. Agora, ao ingressar no PSD, Leite volta a posicionar-se como um nome viável na corrida pelo Planalto em 2026.
"Minha saída não é um rompimento com esses valores. Ao contrário, sigo guiado por eles", disse Leite em nota, referindo-se aos princípios que, segundo ele, aprendeu ao longo de sua formação no PSDB. O governador acrescentou que permanece comprometido com a construção de um país "mais justo, mais eficiente, mais equilibrado e mais comprometido com o futuro".
Obstáculos dentro do PSD
Apesar da tentativa de reconstrução política, Leite encontrará obstáculos no próprio PSD. O governador do Paraná, Ratinho Júnior, aliado de Kassab, já se articula como pré-candidato à Presidência e tem ampliado presença em eventos nacionais.
A filiação ocorre em um momento de reposicionamento do PSD no cenário político. A legenda tem ampliado sua bancada no Congresso, busca nomes competitivos em diversos estados e tenta ocupar o vácuo deixado por partidos tradicionais do centro. A entrada de Eduardo Leite fortalece esse movimento, ao mesmo tempo em que evidencia o redesenho de forças políticas no país.