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Bolsonaro inelegível? As opções da direita para 2026 e os reflexos na Paraíba

Por Brejo News em 25/06/2023 às 11:41:13

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve finalizar, até a próxima quinta-feira (29), o julgamento da ação do PDT que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível, o que impede o líder conservador de se candidatar novamente à Presidência da República em 2026. Apesar dos argumentos apresentados pela defesa, é quase certo que a Corte condenará Bolsonaro.

Apesar do destino "quase certo", Bolsonaro não pretende sair do jogo político, atuando para tentar recuperar os direitos políticos, na esfera judicial, e ao mesmo tempo lutando para manter intacto o patrimônio eleitoral de mais de 58 milhões de votos obtidos nas urnas em 2022. Poderá ser, inclusive, o maior cabo eleitoral das próximas eleições presidenciais.

Com a condenação do ex-presidente, no entanto, a despeito das conjecturas sobre seu futuro político, o que haverá de concreto é a busca do campo da direita por novos nomes para a disputa eleitoral de 2026. Uma coisa é certa: esse espectro político dispõe de muitos nomes, alguns em ascensão, na Câmara e no Senado, enquanto outros já bem solidificados perante o eleitorado.

Confira, a seguir, os nomes que podem "suceder" Bolsonaro e os eventuais impactos na Paraíba.

  • Tarcísio de Freitas (Republicanos): o governador de São Paulo, ex-ministro da infraestrutura de Bolsonaro é, hoje, o nome mais palatável para substituir o ex-presidente na disputa. Ele foi eleito em, em 2022, com mais de 13 milhões de votos, derrotando o petista Fernando Haddad. No eleitorado bolsonarista, é tido como político técnico e eficiente, além de contar com a simpatia e a amizade de Bolsonaro. O nome dele é visto como alguém capaz de agregar apoios do Centro e de indecisos em uma eventual disputa contra o PT. Na Paraíba, o Republicanos é liderado pelo deputado federal Hugo Motta, cotado para disputar o Governo do Estado em 2026, e que certamente abriria espaço para o aliado em um palanque estadual. Parlamentares bolsonaristas não teriam problemas em apoiar o governador de São Paulo.
  • Michelle Bolsonaro (PL): A ex-primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, é vista como sucessora natural de Bolsonaro na política, mas sua participação na eleição presidencial ainda é uma dúvida. Michelle tem forte apelo entre mulheres conservadoras e no eleitorado evangélico, sendo cotada também como eventual candidata ao Senado ou como vice-presidente na chapa de um aliado de Jair Bolsonaro. De toda forma, é um nome indispensável para a direita em 2026. Na Paraíba, ela tem aliados e simpatizantes como a vereadora Eliza Virgínia (PP), pastores, e contaria com apoio de deputados estaduais e federais do PL.
  • Romeu Zema (Novo): Com perfil parecido ao de Tarcísio Freitas, o governador mineiro também é uma opção da direita em 2026. No ano passado, apoiou Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais, levando a uma "quase virada" em Minas Gerais. Do ponto de vista administrativo, é visto como inovador e defensor do Estado eficiente. Ele teria que esforçar-se para atrair forças conservadoras, que apesar de estarem no espectro de direita, divergem em alguns aspectos das ideias liberais do partido Novo. Na Paraíba, o partido dele não tem nomes expressivos ocupando cargos públicos, mas nomes como Pedro Cunha Lima (PSDB), ex-deputado federal e o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), são exemplos de eventuais apoios que ele poderia ter.
  • Ratinho Júnior (PSD): O governador do Paraná, Ratinho Júnior, é outro cujo nome é lembrado como opção da direita para futuras eleições presidenciais, muito embora tenha, aparentemente, menos recall nacional que os demais citados na reportagem. Em entrevistas recentes, o governador admitiu a possibilidade de colocar seu nome na disputa. Eventualmente, na Paraíba, poderia receber o apoio de lideranças de centro, não tendo dificuldades em estar no palanque de qualquer nome desse grupo, em âmbito estadual.
  • Ronaldo Caiado (União Brasil): o governador reeleito de Goiás, Ronaldo Caiado, tem sido incentivado por aliados a mirar as eleições presidenciais de 2026. Apesar de divergências pontuais com Bolsonaro, o político apoiou o ex-presidente nas eleições do ano passado e é um conhecido opositor do Partido dos Trabalhadores (PT). Recentemente, participou da CPI do MST, na Câmara dos Deputados, onde tratou como criminosos invasores de terras ligados ao movimento. Em convenção do partido em abril, ao ser questionado por aliados, disse que "se a oportunidade for dada, vocês sabem que o Ronaldo Caiado não dispensa", ao enfatizar que o processo será aquele que "Deus quiser". Na Paraíba, eventualmente, poderia ter o apoio do senador Efraim Filho (União), cotado para disputar o Governo do Estado e que, assim como Caiado, é um defensor do setor produtivo.
  • Eduardo Leite (PSDB): O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também é visto como uma liderança opcional da direita, mas já teria dificuldades em eventualmente representar Bolsonaro ou ter o apoio dos eleitores do ex-presidente. Isso porque, apesar de estar no espectro político da centro-direita, tem profundas divergências com o campo conservador da política. Além disso, há feridas de 2022 que ainda não "sararam" para a opinião conservadora, muito embora nada disso possa impedir eventual apoio do governador a uma aliança com Tarcísio ou Zema. Na Paraíba, Leite teria o apoio de Pedro Cunha Lima, presidente estadual do PSDB e que é cotado para disputar novamente o Governo do Estado em 2026.

Levando em conta os nomes citados, a primeira conclusão que se tem é que a direita dispõe de bons quadros para a disputa presidencial, diferentemente da esquerda, que excluindo o presidente Lula (PT), carece de lideranças emergentes com tamanho potencial de votos. O ministro da economia, Fernando Haddad, e o deputado federal Guilherme Boulos, já são figuras carimbadas. A direita, além dos nomes já citados, tem um personagem em ascensão: o deputado federal mais votado do país, o mineiro Nikolas Ferreira (PL-MG), que lidera uma "tropa" jovem da direita no Congresso Nacional.

Fonte: agendapolitica

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