Após orientar e votar contrariamente à reforma tributária na Câmara, sob ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL pode apoiar a proposta no Senado caso sejam feitos ajustes e haja estudos e projeções sobre o impacto ao contribuinte. Quem diz isso é o senador Carlos Portinho (RJ), líder da legenda. As declarações foram dadas ao jornal "Folha de S. Paulo".
"Ela (a reforma), aliás, se iniciou no governo Bolsonaro. A oposição foi ao atropelo, porque aquele que mais importa, o contribuinte, hoje não sabe quanto pagará", explicou ele, dizendo que "faltam estudos, projeções e dados da própria Receita". Contudo, segundo ele, esse cenário pode mudar. "Se for favorável (ao contribuinte), e com ajustes, sim, podemos votar a favor (no Senado)", explicou ele.
Para mudar a posição, contudo, Carlos Portinho afirma que precisa de mais detalhes: "Vamos entender primeiro os impactos do texto da Câmara sobre a população, em especial sobre a classe média e sobre o trabalhador", disse ele.
A posição contrária do PL ao texto, aprovado com larga margem em dois turnos na Câmara, gerou embates fortes entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O ex-presidente chamou a proposta de "reforma do Lula". Já o chefe do Executivo paulista, que é do Republicanos, reuniu-se com o ministro Fernando Haddad (Economia) e passou a trabalhar pela aprovação do texto. Ele chegou a ser hostilizado em uma reunião do PL. Em resposta, o presidente do partido de Tarcísio, Marcos Pereira, disse que Bolsonaro pertencia à extrema-direita e ele não.
A mudança de postura no Senado poderia se dar após uma avaliação do PL de que, com a aprovação garantida, estar contra a proposta seria contratar mais uma derrota, sobretudo junto à opinião pública. O PL acabou isolado na Câmara e viu partidos do Centrão se aproximarem do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Fonte: otempo