Delegação do Brasil navegando no Rio Sena na abertura dos Jogos de Paris ?- Foto: Carl De Souza/Pool via REUTERS
A bandeira do Brasil tremulou pelas águas do rio Sena, nesta noite parisiense de sexta-feira, em uma das mais icônicas cerimônias de abertura da história das Olimpíadas. O canoísta Isaquias Queiroz e a capitã da seleção feminina de rugby de sete Raquel Kochhann foram os porta-bandeiras que conduziram o símbolo nacional em cima de um barco. É a primeira vez que o evento acontece fora dos limites de um estádio.
Com capacidade para 144 pessoas, o barco brasileiro foi ocupado por 50 atletas de 16 esportes diferentes (veja lista completa abaixo), além dos oficiais. O esporte com mais representantes foi o rugby, que levou 14 atletas, incluindo a porta-bandeira Raquel.
A delegação brasileira tem 277 atletas classificados, mas a maioria optou por não ir à cerimônia para focar nas competições do fim de semana.
O Brasil foi o 29° país a desfilar, seguindo a ordem alfabética. A primeira delegação, como em toda Olimpíada, é a da Grécia, país que criou os Jogos na antiguidade. A delegação do país sede sempre encerra o desfile.
O trajeto de seis quilômetros foi entre a ponte Austerlitz e o Trocadéro, local dos shows de encerramento e a parte final da cerimônia. O percurso passou em frente a cartões-postais como a Torre Eiffel e a catedral de Notre-Dame.
Os atletas das 205 delegações desfilam em 85 barcos ao longo do rio. Mais de 20 mil funcionários foram mobilizadas para a logística da abertura. A estimativa é que 320 mil pessoas estejam presentes na cerimônia.
Nesta edição dos Jogos de Paris, Isaquias Queiroz tentará quebrar um recorde e se tornar o primeiro brasileiro a conquistar seis medalhas olímpicas. O canoísta é dono de quatro medalhas, sendo uma de ouro em Tóquio 2020, além de duas pratas e um bronze no Rio 2016. Em Paris, Isaquias disputará o C1 1000m e o C2 500m.
Raquel, por sua vez, disputará sua terceira edição de Olimpíadas. A capitã da seleção de rugby de sete teve que se afastar do esporte por um longo tempo após descobrir um câncer de mama há pouco mais de dois anos. A atleta de 31 anos anos fez a cirurgia de mastectomia para retirada da mama e do tumor e conseguiu voltar a jogar em alto nível.
Os dois atletas, aliás, têm ainda mais em comum do que se imagina. Raquel foi professora de canoagem, remo e vela no projeto navegar, em Caxias do Sul, e afirma que Isaquias sempre foi uma inspiração.
Em 100 anos de história do Brasil em Olimpíadas, o país já teve 22 porta-bandeiras diferentes, em 22 edições. Sylvio de Magalhães Padilha e João Carlos de Oliveira, do atletismo, foram os únicos que carregaram a bandeira em duas edições.
Os brasileiros não participaram das Olimpíadas de 1928 por conta da grave crise econômica que o país vivia naquele ano. Em 1940 e 1948, os Jogos não foram realizados devido à Segunda Guerra Mundial.
Na história, o atletismo é o grande celeiro de porta-bandeiras do Brasil, com oito representantes. O basquete tem quatro. A vela e o judô vêm logo em seguida, com três.
Fonte: GE