O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas (PP), afirmou nesta sexta-feira (6) que a pressão dentro de seu partido aumentou para que o ministro do Esporte, André Fufuca, deixe o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Nogueira declarou: "Para mim, Fufuca não deveria nem ter aceitado o ministério. Não quero mais postergar essa decisão".
A insatisfação no Centrão e em outras legendas de centro e centro-direita cresce com as recentes mudanças no governo Lula, incluindo a nomeação de figuras do PT, como Alexandre Padilha para a Saúde e Gleisi Hoffmann para a Secretaria das Relações Institucionais. Além disso, a queda na popularidade do presidente tem levado esses partidos a reavaliar sua participação na base governista.
Nogueira, que foi um aliado próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem expressado o desconforto do grupo com o governo petista e destacou que não há compatibilidade entre o PP e o governo Lula. "Não digo nem para deixar o governo, porque nós nunca entramos", afirmou o senador. Ele ainda acrescentou que há uma pressão interna pela decisão e que irá conversar com lideranças para avaliar os próximos passos.
O Planalto, por sua vez, está tentando ampliar o diálogo com outros partidos do centro, como MDB, PSD, União Brasil e Republicanos, para amenizar as queixas e buscar um entendimento. A situação reflete a estratégia de Nogueira de fortalecer sua posição polÃtica, potencialmente visando uma reeleição ao Senado em 2026 ou até uma vaga como vice-presidente em uma chapa de oposição.
Além disso, Nogueira anunciou a migração do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, para o PP, com o apoio de Bolsonaro. Derrite, que se destacou por sua polÃtica dura na segurança, deve concorrer ao Senado por São Paulo nas eleições de 2026.
Fonte: Fonte83