Cada fase das articulações da pré-campanha, cada movimento, cada conquista de apoio, cada definição, criam um ambiente favorável que se projeta nas expectativas de vitória dos candidatos a cargos majoritários.
Exemplos? Da festa de aniversário de Efraim, o filho, até a entrega do cargo de secretário de governo de Efraim, o pai, uma torrente de fatos positivos ajudaram a turbinar a candidatura de Pedro Cunha Lima ao governo.
Esse clima favorável já se observou nos dias que antecederam ao anúncio da candidatura de Veneziano Vital: a reunião com Lula em São Paulo, a viagem do senador do MDB para Cajazeiras, seguido do anúncio de apoios de deputados e prefeitos, e, no ápice dessa boa fase, o ato de lançamento da candidatura que ratificou o apoio do PT e de Lula à candidatura de Veneziano. O clima da pré-campanha era radicalmente outro.
Por conta disso, é recomendável para quem acompanha eleições na ParaÃba não se impressionar muito com movimentos conjunturais. No caldeirão dos acontecimentos da semana passada, já cheguei a escutar que o ex-prefeito campinense estaria fora do jogo e seria engolindo pela polarização entre João Azevedo e Pedro Cunha Lima. Alguns mais afoitos chegaram a prever a desistência de Veneziano.
De jeito nenhum, esse diagnóstico pode ser levado a sério, nem por Pedro Cunha Lima nem por João Azevedo, apesar da torcida mútua para que a polarização entre os dois se converta em realidade durante a campanha.
Veneziano não é senador por acaso e não deve exclusivamente sua eleição ao apoio de Ricardo Coutinho, em 2018.
Não esqueçamos. O ex-cabeludo foi prefeito de Campina Grande por 8 anos, quando ousou derrotar, por duas vezes (2004 e 2008), na então governador Cássio Cunha Lima em sua, até então inexpugnável fortaleza eleitoral. Em 2014, Veneziano foi eleito deputado federal com 177.680 votos, quase 10% dos votos válidos!
Em 2018, foi o candidato mais votado para o Senado.
Em 2022, se souber agregar à sua força eleitoral o portfólio de realizações administrativas de Ricardo Coutinho, com quem comporá a chapa majoritária, e se for capaz de extrair o máximo de dividendos eleitorais do apoio do PT à sua candidatura, Veneziano entrará com forca na disputa para enfrentar João Azevedo no segundo turno.
O primeiro passo de Veneziano para atingir esse objetivo, acredito eu, é entender o que aconteceu na ParaÃba e no Nordeste nos últimos 20 anos.
Fonte: Flávio Lúcio